Família

 

AMOR E CASAMENTO

Vivemos dias em que o amor e o casamento estão diluídos, tão aguados que com muita facilidade as pessoas trocam de parceiro – seja homem ou mulher. Há alguns anos atrás estava na moda “O casa e descasa”, agora a moda é: “Não te cases, junta-te, porque se não der estás livre para partir para outra nova aventura”. Este é um dos motivos, entre outros, porque há tantas famílias desfeitas e tantos filhos que são atirados para a marginalidade por causa da falta de solidez, seriedade e fidelidade no casamento.

 

Existem três degraus que normalmente têm que subir aqueles que pretendem chegar à união conjugal:

1.     O Namoro

2.     O Noivado

3.     O Casamento

 

Convém perceber que os primeiros dois são transitórios e preparatórios; e que o último deve ser definitivo. O namoro dá a possibilidade de obter um conhecimento recíproco mais ou menos profundo. E esse conhecimento permite que se estabeleça mútua afeição, entrando-se no período de noivado, que é o compromisso entre os futuros cônjuges no tempo que decorre até ao casamento.

 

O NOIVADO É:

1.     É um compromisso de amor (Gn 29:11-20)

2.     É um período de maior à vontade, mas não de libertinagem. Não confiem em vós mesmos porque as contas podem sair furadas. Carícias incontroláveis podem conduzir a situações desagradáveis. É verdade que abraços e beijos podem ser expressões de carinho santo e limpo, porém, facilmente poderão converter-se em expressão de paixão e domínio carnal. Cuidado! Os beijos apaixonados e prolongados produzem agitações altamente excitantes e podem levar os noivos a um abismo profundo.

3.     O uso de alianças é bíblico, veja (Gn 24:49)

4.     É um tempo de maior liberdade, mas também de muita prudência, pois, ainda não são casados. Beijinhos, abraços e certas brincadeiras com os corpos são próprios de pessoas casadas. Fora do matrimónio isso constitui um roubo ou um contrabando amoroso.

5.     É o tempo certo para cada um dos noivos fazer exames clínicos pré-nupciais.

6.     É tempo para se respeitarem mutuamente e guardarem a sua virgindade. Quando isso não acontece as suas consciências ficam acusando a ambos e a tristeza toma conta de suas vidas, acompanha -os ao longo do casamento.

 

Consolidada a verdadeira afeição, conseguida durante o namoro, a ponto de justificar a ideia de uma união para o resto da vida, entra-se no domínio do noivado, tendo em vista o objectivo final que é o casamento, que estará relativamente próximo. Neste período os noivos procuram adaptar-se reciprocamente.

 

Antes de se firmarem datas e compromissos definitivos que envolvam outras pessoas, sobretudo, os pais e outros familiares, devem, os noivos, verificar muito bem se há segurança e condições para um matrimónio feliz conforme o ensino bíblico. Não seja o caso de não serem capazes de se harmonizar durante o noivado, porque depois de casados, maiores serão as dificuldades em se porem de acordo e se ajustarem. Na hipótese de uma incompatibilidade evidente ou de inadaptação visível na fase do noivado ou se as dúvidas forem de monta, a melhor solução para ambos é sentarem-se e ponderarem muito bem o passo que pretendem dar juntos, porque o casamento deve ser para toda a vida. Nalguns casos é recomendável o prolongamento do noivado, mas que este não seja também demasiado exagerado. Noutros casos até é melhor interromper o noivado porque que se adivinha infelicidade.

 

Em qualquer dos casos, porém, é preciso não fazer as coisas levianamente e considerar que o noivado é um compromisso muito sério e que só por razões muito fortes se rompe um tal compromisso.

 

Casamento e felicidade devem andar ligados

Todos nós procuramos a felicidade. É para ser feliz, inteiramente feliz, que as pessoas se casam e o que buscamos no amor definitivamente aceito é a FELICIDADE TOTAL! Ninguém quer ser um pouco feliz ou feliz por algum tempo!!!

 

Assim, precisamos de reflectir juntos sobre a maneira de conquistar esta felicidade conjugal.

 

Casamento

O casamento é uma instituição social de origem divina, alicerçada directamente por Deus, logo no princípio da raça humana, para dar origem à família. Foi o próprio Deus que oficializou o primeiro matrimónio entre Adão e Eva (Gn 2:18,22-24; I Tm 5:14-15)

 

O Casamento deve ser considerado como uma realização definitiva, tanto para a mulher como para o homem. Para se sentirem perfeitamente realizados, os noivos, devem estar bem preparados e habilitados, para conquistar a própria felicidade entre si.

 

O casamento requer maturidade

A maior causa de infelicidade reside na imaturidade dos cônjuges ou de um deles. Quantos mal informados e até mal preparados para essa tarefa definitiva, laçam-se como crianças caprichosas para um compromisso que exige determinação, responsabilidade e reciprocidade.

Os cônjuges, devem ter prazer em estar juntos. Quantos, talvez depois de um dia de trabalho, em vez de irem para casa ficam com os amigos até às tantas, no café ou em qualquer outro lugar, deixando o outro em aflição.

 

Mais do que a fraqueza das paixões e mais ainda do que a própria infidelidade, o principal inimigo do casamento é a futilidade e a banalidade dos cônjuges.

 

O casamento é união para adultos, para pessoas maduras. Casamento é união de corpo e alma. Exige, portanto, um grande senso de responsabilidade e o seu êxito depende de um esforço contínuo de aperfeiçoamento, dia a dia durante toda a vida conjugal.

 

Tudo de responsável que fazemos na vida requer de nós preparação. Para exercer uma profissão ou um ofício, é necessário uma aprendizagem que, muitas vezes, exige anos de estudos, dedicação, trabalho, além de um esforço constante de aperfeiçoamento posterior: o médico, por exemplo, deve estar sempre a par dos progressos da ciência; o engenheiro, a cozinheira, o mecânico, a costureira, todos terão êxito na medida em que forem competentes e se esforçarem para melhorar.

 

Evidentemente que, não cabe a leviandade em assunto tão vital, como o é casamento, que compromete a felicidade de dois seres humanos para toda a vida e a dos filhos que virão depois e muitas vezes das famílias de ambos os lados.

 

Não será razoável que nos preparemos para o casamento pelo menos com a mesma seriedade de quem pretende exercer uma profissão?

 

 

O elemento fundamental do casamento é o amor

 

Em que consiste o verdadeiro amor? Em querer o bem do outro. Exactamente isto: querer com amor, com verdadeira amizade, isto é, querer o bem da pessoa a quem se ama, querer que ela tenha tudo o que a poderá tomar feliz!

 

Amar é desejar de todo o coração o bem da pessoa amada. Mas não se pense que o amor brota num estalar de dedos, não, o amor cultiva-se.

 

Espécies de amor:

 

a) Amor sexo, “EROS” no grego, “PAIXÃO”, baseado simplesmente na atração física; dura pouco e pode-se transformar em verdadeira aversão. É o amor instintivo que une os corpos, mas geralmente acaba mal.

 

b) O amor egoísta — amor infantil, imaturo - só pensa em si mesmo e não no outro; só ama por causa das vantagens, do prazer que pode obter por intermédio do outro — Se fizer o que eu quero, eu lhe darei amor.

 

Este é o amor interesseiro que torna os cônjuges caprichosos, birrentos, e impossibilita qualquer entendimento. O mais grave é que o exemplo de um é logo seguido pelo outro, e assim constitui um obstáculo intransponível à felicidade conjugal, porque esta felicidade baseia-se na renúncia e no espírito de sacrifício de ambos os cônjuges para o bem do outro.

 

c) O amor amizade “PHILEO”, no grego, – é o amor de amigo, fraterno, é o amor que se dedica ao outro desinteressadamente. O casal precisa deste amor.

 

d) O amor natural – amor afecto “STORGE”, no grego, é o amor doméstico, familiar, conjugal. Como este tipo de amor faz falta no matrimónio.

 

e) O amor supremo – “ÁGAPE” amor divino que deve estar em primeiro lugar no coração de cada cônjuge. Se este amor não existir no coração depressa desaparecerão as outras características amorosas.

 

Elementos que compõem o verdadeiro amor

l. Conhecimento

a) Conhecer não só as condições e qualidades aparentes — como saúde, família, situação económica, convicções morais e religiosas —, mas também as tendências profundas do ser amado, sua concepção de vida, os seus projectos, o seu ideal dentro da profissão e do casamento, as suas possibilidades futuras, etc.

 

Isto consegue-se facilmente com um pouco de perspicácia e observação, notando as reacções e comportamentos do noivo ou da noiva, diante dos fatos diários e o seu conceito sobre moral (o que ele(a) acha certo e o que acha errado).

 

Por exemplo: num comentário sobre um programa televisivo, sobre um fato ocorrido, etc., consegue-se conhecer o seu modo de pensar através das suas próprias afirmações. O pressuposto, porém, é uma troca franca e leal de ideias.

 

b) O amor verdadeiro começa quando se pode amar um ser tal como ele realmente é e não como se imagina ou se gostaria que fosse. Amar o ser que nos atrai não é amar um sonho! É sair de si mesmo, conhecer o outro e dar-se a conhecer sem camuflagens.

 

Dai a necessidade fundamental do diálogo, cujo objetivo deve abranger: o passado, o presente e o futuro.

 

Coisas a evitar:

 

·        O escondido: a parte de si mesmo onde injustificadamente não se deixa o outro penetrar

 

·        A simulação, disfarce, consciente e inconsciente.

 

·        A ilusão: pensar que tudo se transformará, para melhor, depois do casamento.

 

2. Escolher e ser fiel à escolha feita

Lembrar as qualidades do outro, que o levaram a ser escolhido entre tantos possíveis candidatos. Lembrá-las não no dia do casamento, mas durante toda a vida conjugal.

 

Valorizar as qualidades e procurar corrigir os defeitos sempre com o espírito de uma crítica amável, construtiva e oportuna. Evitar com toda a energia cair no hábito da crítica sistemática e odiosa que poderá comprometer seriamente a felicidade conjugal.

 

Amar é ser fiel à escolha feita. É a fidelidade ao amor. Os juramentos de amor, trocados pelos noivos, não têm prazo limitado; muito ao contrário, eles são feitos para toda a existência, quaisquer que sejam as circunstâncias do futuro: na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, nas dificuldades ou na bonança... até que a morte os separe. Esta, uma promessa que deve ser cumprida por ambos.

 

Mais coisas a evitar:

 

·        Esquecer as qualidades, e só lembrar os defeitos do outro!

 

·        Mania de comparação com outras pessoas.

 

3. Ser responsável pelo outro

 

Constituir-se responsável pelo outro, aceitar e respeitar a sua personalidade. Preocupar-se com a plena expansão humana do cônjuge: sua profissão, sua cultura, seu aperfeiçoamento em todos os planos. Caminharem juntos em direcção a Deus, ajudando-se um ao outro.

 

Reparem no que alguém disse com muita propriedade: teu amor sem exigência me diminui, tua exigência sem amor me revolta, tua exigência sem paciência me desencoraja, teu amor exigente me engrandece.

 

Aprendam a caminhar juntos Através:

·        Da oração

·        Da leitura da Bíblia

·        Do bom senso

·        Das circunstâncias

·        Da aceitação, compreensão e amor mútuo

·        Da confiança e segurança mútua

 

Mais coisas a evitar:

 

·        Falta de respeito mútuo.

 

·        Conformismo — acomodar-se com o defeito do outro.

 

Amar é esquecer-se e dedicar-se inteiramente ao outro. Casamento é a consagração mútua de um cônjuge ao outro.

 

Tudo é participado e partilhado: os bens materiais, actividades espirituais, sociais, intelectuais, recreativas.

 

Evite:

 

·        l. A ditadura — Abafar completamente a personalidade do outro.

 

·        2. O indiferentismo — Falta de interesse pelo outro. Isto constitui um perigo tão grave para o casamento que deve ser combatido custe o que custar por ambos os cônjuges, desde o início de suas primeiras manifestações!

 

 

Conclusões:

 

1. O amor — que constitui o elemento fundamental do casamento — consiste em querer o bem do outro.

 

2. Para amar verdadeiramente é preciso

·        Conhecer o outro

·        Escolher e ser fiel à escolha feita

·        Responsabilizar-se pelo outro

·        Dedicar-se inteiramente ao outro

·        Entregar-se totalmente, abrangendo não só o elemento físico da doação dos corpos, mas também a doação das inteligências e das vontades.

 

O diálogo é o alimento do amor.

Duas pessoas que se querem bem conversam, confidenciam aspirações, anseios, ideais, desejos, alegrias, tristezas, desapontamentos, etc. e esperam encontrar no outro disponibilidade, acolhimento, compreensão, estimulo, ajuda. É isto que faz do casamento o refúgio ideal contra a solidão. O diálogo sempre renovado é o que mantém e aperfeiçoa o amor e o casamento.

 

 

1.     Dediquem tempo um ao outro, a sós, mas tempo de qualidade.

2.     Continuem a namorar pela vida fora.

3.     Procurem um bom ajuste sexual I Co 7:5

4.     Planeamento familiar a dois – a Bíblia nada diz sobre quantos filhos deve ter o casal – penso que isso deve ficar ao cuidado dos cônjuges, eles e só eles devem fazer esse planeamento, tendo sempre em conta que têm que vestir, alimentar, educar, cuidar dos filhos Sl 127:3

5.     Cuidem que os pais de ambos aceitem o vosso casamento Ex 20:12; Pv 30:17; Mc 7:8-13; Ef 6: 1-4; Cl 3:20

6.     Possuam a vossa própria habitação

7.     Concebam as condições financeiras para não dependerem dos pais

8.     Deem a atenção e o tempo um para o outro.

9.     Façam a gestão da criação os filhos de modo a não dependerem demasiadamente dos avós

10.                       Procurem sempre manter um bom relacionamento com os pais e sogros.

 

 

OUTRAS QUESTÕES RELEVANTES:

 

CERIMÓNIA RELIGIOSA

1.     Normalmente é realizada no templo, da localidade onde reside a noiva.

2.     O dia e a hora da cerimónia devem ser sempre marcadas de acordo com a disponibilidade do pastor local e é de evitar-se os dias de maior actividade na igreja local.

3.     A realização da cerimónia deve ficar sob a responsabilidade do pastor local.

4.     O noivo deve chegar primeiro do que a noiva ao local da cerimónia e dirigir-se para o lugar que lhe está reservado enquanto espera pela noiva.

5.     A noiva não deve chegar muito depois da hora prevista (até 15 minutos é admissível). Isto Porque:

a)     Revela falta de respeito pelos convidados e oficiantes do ato.

b)    Toda a cerimónia pode ficar atrapalhada e comprometida

c)     Revela falta de bom senso

d)    Quem espera desespera.

e)     A boda também tem hora marcada e os convidados gostam de sentar à mesa atempadamente.

 

A posição dos noivos antes e depois da cerimónia religiosa

1. Durante a cerimónia e até à respectiva troca de alianças, a noiva fica à esquerda do noivo.

2. Depois da troca de alianças e feita oração pelos noivos a noiva deve coloca-se à direita do noivo.

 

 Ornamentação do local onde decorre a cerimónia

1.     Com muita sobriedade. não exibir luxúria. É bom lembrar aqueles que não têm possibilidades  

2.     Ornamente sem alterar a disposição do interior do templo, nem danificar seja o que for.

3.     Que a ornamentação seja de modo a realçar a glória a Deus.

 

Vestes e ornamentos nupciais

1.     Os noivos devem escolher vestes nupciais que não choquem, tais como: Decotes sensuais – parte do corpo nu. Maquilhagem desnecessária e/ou exagerada.

 

 

 

Boda

1.     Tratando-se de um casamento cristão Evangélico, deve-se pugnar pela pureza e postura bíblica.

2.     Deve-se evitar copiar modelos não Bíblicos.

3.     Simplicidade e boa apresentação para que o nome do Senhor não venha a ser envergonhado.

4.     Tudo o que seja passivo de lesar o bom nome do Senhor nosso Deus deve ser evitado para que ninguém se escandalize.

 

Lua-de-mel

1.      Dentro das possibilidades financeiras

2.      Sem extravagâncias desmedidas

3.      Cuidado nas viagens

4.      Finalmente a sós - respeitem-se. Enquanto estão noivos lembrem-se que a falta de respeito mútuo irá estragar a lua-de-mel e não só. Deixem que ela seja uma caixinha de surpresas para ambos.

 

 

 

   

 

CASA VAZIA

Mc 10:8

E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne.

                       

Os cônjuges começam a vida sozinhos e normalmente acabam sozinhos. Os filhos estão com os pais, em média, uns 24 anos e depois acabam por sair de casa dos pais ou para constituir a sua própria família, ou em busca de uma outra situação na vida, e pronto, os pais ficam novamente sozinhos.

 

É frequente, nesta etapa da vida do casal, haver algumas dificuldades, porque passam a ver a casa vazia, sem a presença dos filhos, sem a sua voz, começa a faltar todo um ambiente que antes havia. Tem que haver uma outra adapatação.

 

Quando os filhos casam acontece um pouco como com os passarinhos; trabalham, esforçam-se para construir o ninho e quando os filhotes começam a voar este fica vazio...

 

Em média, um casal, depois dos filhos saírem de casa, tem ainda pela frente cerca de 30 anos de vida e os cônjuges têm que saber aproveitar o melhor que poderem desta etapa da vida, durante a qual acontecem coisas negativas e coisas positivas.

 

I – VAMOS CONSIDERAR 1º AS COISAS NEGATIVAS

Vou vos falar dos quatro “esses” (S) mais perigosos nesta fase da vida

 

1º SOLIDÃO  - Enquanto os filhos estão em casa é muito natural que os pais revelem algumas preocupações com os filhos e por isso estão naturalmente envolvidos e concentrados nos filhos.

Os filhos acabam por dar colorido ao lar que sem eles não haveria. Quando estes se retiram esse colorido não existe mais, parece que fica uma sensação de vazio, daí que alguns casais fiquem com um senso de solidão muito grande. Sobretudo se o relacionamento mútuo entre cônjuges não foi bem cultivado ao longo da vida começam a aparecer as desconfianças, os amuos e não poucos casais nesta face da vida enfrentam dificuldades difíceis de ultrapassar. E chega a solidão!

 

2º SAUDOSISMO  - O casal pode começar a olhar a vida pelo espelho retrovisor. Começa a voltar ao passado. Relembra algumas coisas menos boas e vida a dois no presente parece já não ter aquele sabor agradável e as recriminações mútuas podem tomar conta dos cônjuges e arruinar uma etapa da vida que podia e devia ser tão linda, mas que a monotonia muitas vezes fere, trás depressão, sentimento de culpa, isolamento e morte por falta de uma saudável perspectiva para esta etapa da vida.

 

3º SURDEZ  - Com os filhos ainda em casa as coisas eram diferentes, mas agora o diálogo tende a ser mudo e surdo, já não há mais a intervenção dos filhos.

O casal encontra-se agora sozinho por todo o lado da casa e com o peso dos anos começam a surgir as coisas próprias da idade: as complicações, as implicações, os aborrecimentos, as manias, as colisões conjugais que afectam o relacionamento, o perdão, e a compreensão mútua.

 

É nesta fase da vida que tem que haver muita compreensão e flexibilidade entre os cônjuges.

 

Não se façam surdos e mudos um para o outro, conversem, falem, aumentem a capacidade de se escutarem mutuamente. Quando um casal sofre deste tipo de surdez é uma desgraça.

 

4º SEPARAÇÃO   - Não são poucos os casos que conhecemos que depois dos filhos terem saído da casa paterna, os pais procuram controlar a vida deles, intrometendo-se em coisas que não devem. E isto é muito mau e prejudicial para todos.

 

Estou a pensar agora no caso bíblico entre o casal Isaque e Rebeca e como a intromissão dela alterou a vida familiar dos próprios filhos, porque protegeu um em detrimento do outro (Gn 27:1 ...)

 

Não tenho dúvidas que a saída dos filhos do lar paterno pode ser, tem sido, para uma boa parte dos casais uma experiência muito negativa. Não aceitam, não compreendem que esta separação é natural.

 

Não é saudável que, a todo o momento, os pais estejam a intervir na vida dos filhos depois destes terem saído de casa.

(Mc 10:7- 8) Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher.

8 E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne.

 

Descansem com relação aos filhos, entreguem-nos a Deus, não se imiscuem de mais na vida deles. Saibam viver a vossa vida e deixem que eles vivam a deles.

Naturalmente que, aqui e ali, eles ainda precisam de nós, mas projectemos as coisas para que sejam eles a solicitar as nossas opiniões.

 

II - VAMOS CONSIDERAR AGORA AS COISAS POSITIVAS

Há casais que perceber os aspectos negativos e previamente se preparam para os contrariar, conseguindo ver as coisas boas depois dos filhos saírem de casa e têm projectos para viverem novamente a dois.

 

1º O AMOR - É importante renovar O AMOR sendo mais amigos um do outro, implementando o companheirismo e a intimidade com mais e melhor qualidade.

Voltem a namorar, porque agora carecem ainda mais um do outro.

(Sl 92:13-14) Os que estão plantados na Casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus.

14 Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes,

 

Aprendam a não viver com os fantasmas do passado. A insegurança e o ciúme não são bons companheiros.

Incrementem o diálogo, não espere que o outro diga, diga você ! ... Dediquem tempo um para o outro, mas tempo útil.

(Ecl 9:9) Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de vida da tua vaidade; os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida e do teu trabalho que tu fizeste debaixo do sol.

Que o marido possa dizer para a esposa com muita ternura como está em Pv 31:29: Muitas filhas (mulheres) procedem virtuosamente, mas tu (esposa) a todas és superior.

e Ct 4:1És formosa, amiga minha, eis que és formosa

 

Que a esposa possa dizer com muita meiguice para o seu marido, como está escrito em Ct 1:16 “Eis que és gentil e agradável, amado meu”

 

Nesta etapa da vida é desejável que o amor se expresse em toda a sua dimensão:

a)      PHILEO – que expressa atracção, amizade, companheirismo, estima.

b)      EROS – que expressa o desejo de ter, de possuir, de desfrutar e neste caso, do respectivo cônjuge.

c)      STERGO – que significa amar e expressa “sentir afeição”

d)     AGAPAO/Agapé – que com o tempo veio a expressar o amor de Deus, o qual o casal não pode dispensar nunca.

 

2º O OPTIMISMO - Sejam optimistas, deixem-se de lamentos doentios, de lamechices, mantenham uma atitude positiva de fé em Deus e de confiança mútua.

Dediquem-se ao trabalho do Senhor de alma e coração.(Mt 6:33-34) Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.

34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. 

Há uma infinidade de coisas que os cônjuges nesta face da vida podem fazer muito melhor do que quaisquer outros.

Tenham objectivos. Olhem para o futuro. Não pensem na reforma como o princípio do fim, mas encarem esta ocasião da vida a dois como mais uma oportunidade excelente que Deus vos está a dar para relançar a vossa vida. (Pv 5:15) Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço.

Não se dêem por vencidos, vivam o melhor da vida no temor do Senhor. Celebrem o vosso casamento todos os dias e não apenas uma vez no ano. Saiam juntos, libertem-se das pressões e tensões exteriores.

(Pv 3:1-2) Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos; porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz.

 

3º O CULTO DOMESTICO - FAÇAM O CULTO DOMESTICO.

O culto da família é uma fonte espiritual de grande importância pessoal e familiar

(Cl 3:16) A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração.

 

O culto doméstico ajuda a criar verdadeira harmonia entre os cônjuges e produz esperança viva em Deus que unifica o casal.

(I Pe 3:7) Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.

 

Finalizo com alguns conselhos práticos para quem está de novo a viver a dois:

1.      Sejam uma equipa verdadeiramente unida.

2.      Não se distanciem um do outro

3.      Rrelacionem-se amavelmente

4.      Recebam-se com um sorriso apaixonado (quando um dos cônjuges chegar a casa por exemplo)

5.      Lembrem-se que duas pessoas em paz consigo mesmas têm muito mais energia e capacidade para desenvolver bons relacionamentos com os outros

6.      Façam desta fase da vida a dois um belo jardim onde se podem encontrar as mais belas flores

7.      Sintam-se seguros, encorajados e valorizem-se um ao outro.

8.      Coloquem no vosso coração o firme propósito de serem fiéis a Deus, sempre.

9.      Sejam mesmo uma só carne.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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